Este artigo sobre responsabilidade com os gastos públicos é parte integrante do livro Um ano pelo Brasil, volume 4
Um político, acima de qualquer coisa, tem de ser responsável e íntegro. Isso vem antes da ideologia, antes da visão de país, das propostas, dos projetos. Antes de qualquer coisa. A responsabilidade deve ser uma característica tão intrínseca, tão inerente ao político, como o sangue é para nossas veias.
A responsabilidade é o que vai guiar as boas decisões, a análise das necessidades do país e, o mais importante, a gestão dos recursos públicos. Políticos no Brasil agem como realeza, com inúmeros benefícios e privilégios que não condizem com a atuação, e não se justificam. Não só não cumprem com a responsabilidade no âmbito individual, como também no coletivo. As regalias são tantas, e tão institucionalizadas, que abrir mão delas é mais
burocrático do que utilizá-las.
E eu sei bem disso, porque abri mão dos meus privilégios. Um dos meus objetivos, ao entrar para a política, foi mostrar que a democracia poderia, sim, ser mais barata, e a coisa pública poderia, sim, ser gerida de forma diferente. Queria mostrar que a eficiência não custava caro, ela só custava comprometimento! Comprometimento que vem da responsabilidade com o dinheiro público.
Além da transparência completa em relação aos gastos de ações do meu mandato, promovi uma imensa economia ao não utilizar diversos benefícios parlamentares. Entre eles, abri mão de:
- Auxílio mudança
- Aposentadoria especial
- Apartamento funcional
- Auxílio moradia
- Reembolso médico ilimitado
- Reembolso de refeições
- Aluguel de carro e motorista
Além disso, operei com um gabinete reduzido, onde as contratações foram feitas pela qualificação dos candidatos, em uma seleção feita por meio de critérios técnicos e prova avaliativa. Aqui, não tem cabide de emprego e muito menos rachadinha. Quem entra é pela competência, e sem corpo mole – somos o gabinete mais eficiente da Câmara.
Essas ações geraram uma economia, ao longo dos meus quatro anos de mandato, de 7,2 milhões. E, veja bem, essa não é mais que minha obrigação, minha responsabilidade. Agora, temos 513 deputados na Câmara. Se cada um fizesse a sua responsabilidade e operasse de forma econômica, buscando a eficiência, deixaríamos de gastar 3,7 bilhões com tantos benefícios esdrúxulos. Seriam mais 3,7 bilhões para o que é prioridade, para o que realmente importa, que é a saúde, a segurança, o emprego e a educação.
Por isso que eu defendo, ferrenhamente, que a responsabilidade seja sempre o norte da atuação política. Porque podemos mais com o que arrecadamos, mas só conseguiremos mais quando nos responsabilizarmos e de fato colocarmos o Brasil como nossa maior prioridade.