Em audiência pública, requerida pela Deputada Adriana Ventura, especialistas apontam a necessidade dos alunos regressarem às aulas presenciais com protocolos de segurança
Voltar às aulas presenciais em 2021 ou não? Especialistas que participaram da audiência pública com o tema “Retomada das Aulas Presenciais na Educação Básica em 2021″ foram enfáticos sobre a necessidade da volta segura das aulas no próximo ano. O encontro, que ocorreu em 17 de dezembro, na Câmara dos Deputados, foi fruto de requerimento da deputada federal Adriana Ventura (NOVO/SP).
A deputada Adriana explicou que o objetivo da audiência era ampliar o debate sobre a necessidade da retomada das aulas presenciais. “Precisamos trazer racionalidade para o debate e separar a narrativa de salvar vidas da narrativa de retomada das aulas”, disse a parlamentar. Dep Adriana alertou para a defasagem na aprendizagem em 2020. “Os alunos tiveram esse direito básico, que é da educação, subtraído”.
Em sua fala, a deputada ainda alertou para a falta de indicadores para medir o gap da educação. “Cadê os dados das escolas que estão fechadas que essas crianças aprenderam? Cadê os dados das crianças que não puderam acompanhar por não ter internet em casa?”, apontou a deputada federal.
Pesquisa do Banco Mundial apresentou dados sobre os prejuízos na saúde mental das crianças em época de pandemia e isolamento social. Segundo a pesquisa, o prejuízo ao desenvolvimento cognitivo devido à solidão prolongada pelo fechamento das escolas pode provocar nas crianças: ansiedade e estresse agudo; aumento do risco de violência e abuso infantil, em especial para meninas, com menores índices de relatos, denúncias e notificações. Sabia mais sobre o estudo na internet.
Participaram do encontro:
LUCIANA BECKER MAU, Médica Infectopediatra Representante do Ciências pela Escola
“Nós fizemos um manifesto, com a assinatura de mais de mil pediatras, para o retorno seguro das aulas na Educação Básica. Então, diferente do que se supôs no início da pandemia, as crianças não são super disseminadores da doença, elas não são as responsáveis por levar o vírus, ao contrário, elas se infectam de 2 a 6 vezes menos que os adultos.”
IZABEL LIMA PESSOA, Secretária de Educação Básica do Ministério da Educação
“O Ministério da Educação está trabalhando para 2021 na perspectiva de disponibilizar para as redes de ensino uma solução tecnológica que pode identificar os gaps de aprendizagem para auxiliar as escolas no monitoramento e intervenção dos gaps, para implementar os dois anos letivos (2020 e 2021) de forma concomitante.”
MAURO LUIZ RABELO, Secretário Adjunto de Educação Básica do Ministério da Educação
“O Ministério da Educação tem realizado um conjunto de ações para auxiliar as redes de ensino. Neste sentido, lançou o Guia de Implementação de Protocolos de Retorno das Atividades Presenciais nas Escolas de Educação Básica.”
ROSSIELI SOARES, Secretário de Educação do Estado de São Paulo
“A proteção da vida é o desejo de todos, voltar às aulas não é ser genocida. Nós queremos sim a proteção de todos, mas não faz nenhum sentido na nossa sociedade tudo voltar menos a escola.”
LUIZ MIGUEL MARTINS GARCIA, Presidente da União de Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME;
MARCO AURÉLIO PALAZZI SÁFADI, Presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP;
WANDERSON DE OLIVEIRA, Epidemiologista e Ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
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