PEC das Bondades é populista, eleitoreira e vai quebrar o país por gerações
A deputada federal Adriana Ventura, vice-líder da bancada do partido NOVO na Câmara e presidente da Frente Ética contra a Corrupção, é veementemente contrária à PEC das Bondades (PEC 16/22). Para ela, a proposta é populista, hipócrita e irresponsável do ponto de vista regimental e orçamentário.
Hipócrita porque a justificativa seria nobre, de proteger os mais pobres, se não estivesse tão contaminada por interesses eleitoreiros.
O texto foi votado hoje, 12 de julho, no plenário da Câmara dos Deputados. Na semana anterior, na quinta-feira dia 7, houve uma tentativa de votação do texo. Mas por falta de quórum, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação da Emenda Constitucional, proposta governista para aumentar o valor do Auxílio Brasil (até 31 de dezembro) de R$ 400 para R$ 600 reais, aumentar o vale-gás e criar um voucher de R$ 1 mil para motoristas de caminhão e outro para motoristas de táxi. O adiamento foi considerado uma derrota para o Governo.
Ainda serão votados destaques e alterações do texto, mas a priori, ele está aprovado em primeiro turno.
Por conta do teor eleitoreiro e da medida ter prazo de validade bem estreito, a PEC 16/22 recebeu vários nomes:
- PEC das Bondades
- PEC Kamikaze
- PEC dos Auxílios
- PEC da Reeleição
- PEC do Desespero
- PEC do Arromba-teto
- PEC das Fake tudo
A deputada Adriana Ventura reconhece que a população brasileira passa por intensas dificuldades, que passa fome de fato. Mas defende soluções permanentes para que o povo consiga sair da pobreza. Algumas falas da deputada federal Adriana Ventura em Plenário da Câmara:
“E não esse tipo de auxílio, travestido de bondade, perto da eleição, com consequências extremamente desastrosas para a economia, que vão aumentar a inflação e deixar o povo ainda mais pobre em um curto espaço de tempo. “
Além do mais, o fato de não respeitarmos nossas próprias leis aqui no Brasil faz com que investidores não tenham confiança no país. E é por isso que quando precisamos pegar dinheiro emprestado do exterior, os juros são tão altos.
O Governo e o Congresso não fizeram o que deveria ter sido feito antes. O Congresso não enxugou gastos, não diminuiu gastos, não aprovou reformas. Deixou rolar R$ 60 bilhões de emendas de relator ao longo destes anos. Essa PEC mostra uma irresponsabilidade fiscal, social e moral”, disse.
No plenário, Adriana clamou seus colegas parlamentares que tenham a coragem de se posicionar e consigam dizer não a essa PEC, classificada por ela como extremamente eleitoreira.
“A gente está aqui para servir o povo, a gente representa a lei
Vamos sair desse cabresto!
Até a semana que vem, eu não sei mais o que podem aprovar!
Que país é esse que estamos deixando para as próximas gerações, para os nossos filhos?
Quem vai pagar essa conta? Os mais pobres”, disse.
Adriana disse ainda que estava indignada com o modus operandi do Congresso.
“Dá vergonha de ver essa Casa usando tanta manobra, usando tanto artifício regimental para burlar o que deveria ser regra. Casa das leis deveria respeitar as leis. Casa do povo deveria representar o povo”, disse.
Ela critica o fato de o Congresso aprovar leis para favorecer categorias específicas ou para fins eleitoreiros.
“Aqui a gente aprova coisa inconstitucional. Essa casa tem que respeitar a constituição, essa casa tem que respeitar as leis. Aqui os Projetos de Lei são aprovados para agradar a categoria A, B, C e D e depois a gente remenda a constituição. Essa é a regra. As PECs são produzidas de um dia para o outro, colocadas em plenário para votar, que vergonha! Essa casa tem que dar orgulho para os brasileiros e não alimentar orgulho próprio, não pode mais ser essa terra de umbigolândia”, critica.
Adriana Ventura condena ainda as políticas populistas e enquadra este tipo de posicionamento político perfeitamente nos moldes desta PEC, pensada justamente para melhorar a imagem do governo nestes meses pré-eleição. E elenca frases que classificam governos populistas, de esquerda e de direita, que poderiam ser facilmente utilizadas para descrever o funcionamento desta PEC das Bondades
- Populista é aquele que nunca desperdiça uma crise, aliás, se alimenta dela
- Populista é aquele que fala o que o povo quer ouvir, sem se preocupar se conseguirá cumprir
- Populista é aquele que muito promete e pouco faz
- Populista é aquele que oferece uma saída fácil para os problemas, sem pensar onde vai dar
- Populista é aquele que pensa nas próximas eleições e se esquece das próximas gerações, não é mera coincidência
- Populista é aquele que dá tudo aos pobres, menos possibilidade de enriquecimento
Diferente dos populistas, que se beneficiam em deixar todo mundo na pobreza, para ser sempre o benfeitor, o salvador, Adriana Ventura defende uma solução duradoura, capaz de melhorar a economia brasileira e beneficiar toda a população.